Focas e Outros
Os pinípedes (latim científico: Pinnipedia)
constituem uma ordem de mamíferos aquáticos, que inclui focas, leões-marinhos e morsas,
embora em algumas classificações sejam superfamílias.
Os pinípedes têm o corpo fusiforme e alongado. O maior
membro do grupo é o elefante-marinho que pode atingir quatro metros e
duas toneladas. A foca-das-galápagos é a menor, com 30 kg de peso e
cerca de 1,2 m de comprimento. Exceto ao nerpa (Pusa sibirica) que habita
no Lago Baikal, na Sibéria, todos os outros pinípedes vivem junto dos oceanos,
onde se alimentam de cefalópodes e peixes.
Algumas espécies de pinípedes encontram-se ameaçadas devido
à caça de que foram alvo por causa de sua pele.
Assim como os Cetáceos e Sirênios evoluíram
de animais terrestres, assim também ocorreu com os Pinípedes. Eles são
classificados dentro da ordem Carnívora não apenas por seus hábitos
alimentares, mas por descenderem de animais desta ordem, como ursos e lontras.
As famílias Odobenidae e Otariidae descendem de animais
semelhantes ao urso, já a família Phocidae, focas verdadeiras, descende de
animais semelhantes a mustelídeos como a lontra.
A evolução fez com que seus membros se adaptassem à vida
marinha, transformando suas patas em nadadeiras, e projetando um formato
hidrodinâmico para seu corpo.
Morsa
A morsa (Odobenus rosmarus) é um animal de grande porte que
vive nas águas do Ártico. Uma fêmea adulta chega a 2,70 metros e
comprimento e cerca de 1 tonelada de peso. O Macho adulto é ainda maior,
podendo chegar a até 4 metros de comprimento, com um peso que freqüentemente
ultrapassa 1,6 toneladas.
As morsas possuem uma pele enrugada e áspera que
vai se tornando cada vez mais espessa ao longo de sua vida (15 a 30 anos).
Para nadar usam a nadadeira caudal. Deslocam-se mal em terra, utilizando as
nadadeiras anteriores e andando quase aos saltos. Seu focinho tem um sólido
bigode e dois enormes caninos ou presas que podem chegar a 90 centímetros nas
fêmeas e ultrapassar 1,10 metro de comprimento nos machos. As presas são usadas
para arrancar moluscos e caranguejos do fundo do mar
desgastando-se ao longo dos anos. As morsas são caçadas pelo marfim dessas
presas.
Lobo-Marinho
Os lobos-marinhos são mamíferos pinípedes pertencentes
à família Otariidae que se classificam no gênero Arctocephalus.
O lobo-marinho vive em pequenas ilhas desabitadas, zonas de
costa bastante escarpadas e sempre de difícil acesso, por exemplo, em grutas
que têm entrada submarina. Segundo pesquisas feitas, este não seria o seu
habitat inicial. O lobo-marinho chegou a habitar algumas praias desabrigadas,
só que com a chegada do homem obrigou a que estes animais procurassem o abrigo
de grutas e de locais mais acessíveis para eles.
O lobo-marinho nada em águas até uma profundidade de 100m,
por isso a sua alimentação é constituída por peixes que habitam até essa
profundidade. Na fase adulta consome por dia a 4 a 6% do seu peso por dia, pode
chegar a comer 12 kg por dia em alimento se pesar em média 250 kg. Estes
animais comem geralmente peixes diversos que varia de acordo com a disponibilidade
do meio, polvo (cefalópodes), mexilhões (crustáceos – espécies agarradas nas
rochas). O lobo-marinho procura alimento em locais rochosos e baixos próximos
da costa e das suas colônias, mas devido muitas vezes a falta de alimento é
obrigado a ir para alto mar onde encontra alimento com mais facilidade, mas em
contrapartida corre o risco de ser atacado pelos predadores.
O lobo marinho é um mamífero marinho, tem uma forma modelada
par o meio aquático, o seu corpo é uniforme e apresenta 4 membros transformados
em barbatanas. Apesar de habitar em mares temperados, o lobo marinho apresenta
uma camada de gordura subcutânea, que serve de reserva alimentação, proteção
mecânica e térmica. O seu corpo é coberto de pelugem castanho-escuro que pode
chegar a preto no dorso e vai clareando até ao ventre. A face ventral é uma
zona clara, branca que varia de tonalidade sendo por isso utilizada para
identificação dos animais. Na face ventral encontram-se dois mamilos. Pode
medir 280 cm e pesar até 400 kg.
Estes animais têm uma baixa natalidade, mas em contrapartida
vivem de 30 a 40 anos. A sua baixa natalidade deve-se ao fato das fêmeas
atingirem a maturidade sexual entre os 4 e 6 anos de vida. O período dos seus
nascimentos são entre os meses de Maio e Novembro, sendo que nos meses de
Setembro e Outubro nascem mais. Cada fêmea tem normalmente uma única cria de 2
em 2 anos, muito raramente nascem gêmeos.
Lobo-Marinho-Antártico
(Arctocephalus gazella)
Lobo-Marinho-Australiano
(Arctocephalus pusillus)
Lobo-Marinho-da-Nova-Zelândia
(Arctocephalus fosteri)
Leão-Marinho
O leão-marinho é um mamífero que vive em
regiões de baixas temperaturas e alimenta-se principalmente de peixes (como
o cherne e o arenque) e de moluscos.
Os leões-marinhos receberam este nome pois nos machos a
pelagem é diferente da das fêmeas: eles têm uma espécie de juba, como
os leões. Além disso, como eles têm um rugido grave, acabaram sendo
chamados de "leão".
A gestação de uma leoa-marinha dura em torno de 12 meses.
Os filhotes chegam a medir 40 cm e, pelo fato de nascerem em terra,
só aprendem a nadar depois de 2 meses de vida.
Os leões-marinhos já estiveram muito próximos da extinção.
Entre 1917 e 1953, mais de meio milhão desses animais foi
abatido por caçadores em busca de sua gordura e de seu couro,
usado sobretudo na confecção de casacos. Com a proibição da caça, esses
animais, que chegam a pesar 300 quilos e a atingir 3 metros de comprimento (fêmea
140 kg e os machos 300 kg), começaram a se recuperar. Mesmo assim, ainda sofrem
com a poluição das águas e, principalmente, com a pesca
realizada com redes. Seus maiores predadores são o homem,
as orcas, e os tubarões.
Existem várias espécies de leões-marinhos. Algumas espécies
são domesticadas pelos jardins zoológicos de todo o mundo para
realizarem espetáculos de animação. Leão-marinho-da-patagônia, e leão-marinho-da-califórnia são
exemplos de espécies que podem ser domesticadas.
Focas
As focas são mamíferos da família dos focídeos (latim
científico Phocidae), superfamília dos pinípedes (Pinnipedia), adaptadas à
vida marinha. O corpo de uma foca é hidrodinâmico, semelhante a um torpedo,
com os membros posteriores e anteriores em forma de nadadeira.
Outro detalhe interessante é que as focas não possuem orelhas, o que as distingue
da família Otariidae (leões marinhos). Todas essas características
fazem das focas excelentes nadadoras, mas em contrapartida as focas não têm
habilidade em terra firme sendo presas fáceis para ursos polares e caçadores.
As focas são carnívoras e alimentam-se de peixes e cefalópodes.
Geralmente, reproduzem-se em colônias.
As focas possuem em torno de 1,70 m de comprimento, pesam de
80 a 100 kg e o período de reprodução é entre fevereiro e maio.
Localizam-se no pólo Norte e são excelentes nadadoras. Suas
orelhas são internas e possuem poucos pelos no corpo, sendo que eles são
grossos e curtos, tendo a coloração cinza ou marrom escuro. As focas são
capazes de fechar as narinas embaixo d'água enquanto procuram comida.
Geralmente os adultos machos medem aproximadamente 2m de extensão. As focas são
mamíferos aquáticos. Com aproximadamente 6 meses de vida o filhote de foca já
consegue nadar sozinho. As focas se comunicam entre si através da emissão de sons
graves.
Foca-Comum
(Phoca vitulina)
Foca-Anelada
(Pusa hispida)
Foca-do-Balkai ou Nerpa
(Pusa sibirica)
Foca-de-Weddell
(Leptonychotes weddellii)
Foca-Leopardo
(Hydrurga leptonyx)
As focas-leopardos são grandes e musculosas, tendo uma cor
cinza, um pouco mais escura nas costas e mais clara na barriga. As suas
gargantas são esbranquiçadas e apresentam manchas pretas, que dão à origem ao
seu nome popular. As fêmeas são normalmente maiores que os machos, medindo em
torno de 2,4 a 3,6 metros e pesando até 600 kg, enquanto que os machos medem
2,4 a 3,2 metros e pesam até 400 kg.
O seu sentido de visão e olfato é
extremamente desenvolvido. Os seus sentidos combinados com o seu corpo
aerodinâmico permitem que as focas se movam rapidamente pela água, o que a
torna um exímio predador. Como a maioria dos carnívoros, os seus dentes da
frente são afiados, mas seus molares fecham-se de uma maneira que lhes permite
peneirar Krill (uma espécie de camarão invertebrado) da
água.
Foca-Barbuda
(Erignatus barbatus)
Foca-Monge-do-Havaí
(Monachus schauinslandi)
Foca-Monge-do-Mediterrâneo
(Monachus monachus)
Elefante-Marinho
O elefante-marinho (Mirounga sp.) é um mamífero carnívoro pinípede, focídeo,
perfeitamente adaptado à vida aquática. Há duas subespécies reconhecidas:
M. angustirostris, espécie ártica, habita o Pacífico,
nas costas da Califórnia, México e Guadalupe.
Os elefantes-marinhos são grandes mamíferos: a fêmea atinge
3,50 metros e o macho até 6,5 metros, pesando até 4 toneladas. A
cabeça é grande, com olhos grandes e salientes e arcadas superciliares com
pêlos rígidos. Nos machos, o nariz alonga-se numa espécie de tromba, que
originou o nome popular da espécie. Os membros anteriores, apesar de robustos,
não proporcionam bom rendimento em terra; os posteriores, muito fortes, com
cinco dedos e fendidos ao meio, formam uma espécie de remo cada um.
Os elefantes-marinhos passam cerca de 80% das suas vidas a
nadar nos oceanos, podem estar até 80 minutos sem respirar e mergulhar até aos
1700 metros de profundidade.
A época de reprodução dura apenas cerca de um mês no Verão
do hemisfério onde vivem. Neste período as fêmeas concentram-se em colônias
numerosas localizadas e praias e separadas por haréns controlados por um macho
dominante. A fêmea dá à luz uma cria, que amamenta apenas durante este período
sem nunca se afastar para se alimentar. Ao fim deste tempo, já fecundada de
novo, a fêmea regressa ao mar abandonando o harém e as crias. Cada macho
dominante tem que lutar contra invasões de vizinhos e tentativas de usurpação, ao
mesmo tempo em que tenta cobrir o maior número possível de fêmeas no seu
território. O stress da época de reprodução é tão grande para os machos que
muitos deles morrem de exaustão no fim da estação. A esperança de vida média
das fêmeas, que atingem a maturidade sexual aos 3-4 anos, é de cerca de 20
anos. Os machos só adquirem o estatuto de macho dominante por volta dos 8 e
raramente vivem além dos 10-11 anos.
Os elefantes-marinhos foram caçados em abundância pela sua
pele, gordura e óleos e estiveram à beira da extinção no século XIX. Atualmente
estão fora de perigo e a sua caça é proibida.